sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Comédia Eventual
Na gravação abaixo, há um conflito entre o propósito agendado (promover o livro escrito por Slash, guitarrista icônico) e a conversa sobre o jogo "Guitar Hero". Slash descreve um jogo viciante, e logo manifesta uma fixação no assunto 'jogo'. Alguns pontos geniais são os seguintes:
2min10seg> Conan faz sátira quanto ao esforço de Slash no desempenho do jogo, ao afirmar, "Você conseguirá, só dedique seu tempo e seja paciente."
Neste trecho, ele ironiza o talento do músico nas cordas, que já comprova domínio de aprendizado técnico.
Acima (após os instantes na numeração temporal) já no meio da discussão sobre "Guitar Hero", ocorre a primeira indicação de Conan quanto ao vício de Slash, que insiste em explicar e detalhar sua situação no desempenho do jogo.
2min35seg> Transição entre o último argumento de Slash, e o cumprimento de protocolo na entrevista, quando ele basicamente diz, "chega disso, estou aqui pois escrevi um livro".
Não coloco um dedo no fogo quanto ao seguinte: é espontâneo e não-planejado, e se algum especialista afirmar que toda naturalidade projetada aqui é algo fictício, espero uma aula sobre psicologia, comunicação, oratória, etc.
Caso contrário, é um exemplo raro que ridiculariza o capitalismo enquanto enaltece a graça humana.
*Abaixo está o link, e o sítio YouTube não permite inclusão direta da gravação, portanto copie e cole o URL abaixo.
http://br.youtube.com/watch?v=Fh7E8S7gQVI
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
sábado, 6 de setembro de 2008
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Malas que viajaram à China.
É graças a esta deficiência americana que a seleção brasileira foi capaz de dominar os favoritos 'donos da casa' na conquista da medalha de ouro. Oscar sempre manteve uma habilidade surpreendente nos arremessos de três pontos, e seu feito jamais será esquecido. Infelizmente, o ídolo tem cometido sucessivas falhas de comportamento, que conferem ao "Mão Santa" o título de maior chato entre os comentaristas esportivos da televisão brasileira. Pior é que a concorrência para se conquistar um posto como tal é enorme, mas Oscar compromete sua fama não só nas cabines de transmissão, já que a maior de suas 'mancadas' foi vista nas arquibancadas.
Parece que a história faz piada, pois o herói dos jogos de Indianápolis se tornou vilão em 2007, no Rio de Janeiro e contra os próprios ex-adversários. A perigo de comprometer a já duvidosa capacidade do Brasil em sediar uma olimpíada, Oscar Schmidt liderou uma vaia mesquinha contra a seleção de ginástica artística dos Estados Unidos. O que leva um atleta aposentado a protagonizar uma atitude de tão baixo nível?
Nada justifica o ocorrido, e fica a dúvida quanto à realização das vaias se o "mala" do Oscar não estivesse presente para liderá-las. Ginástica artística é um esporte extremamente delicado, e mesmo se não houvesse interesse numa concorrência em sediar jogos olímpicos, vaiar é uma atitude incoerente ao evento. Surpreendeu, e o ex-cestinha também estabeleceu uma personalidade grotesca como representante da população brasileira. Nestes jogos de Pequim, como garantia de características chulas, este chato já declarou algumas pérolas absurdas durante a cerimônia de abertura.
Por incrível que pareça, Oscar foi capaz de alegar que o significado de portar a bandeira da pátria no desfile de cada nação, era mais importante que conquistar uma medalha de ouro. Azedo aos limites do basquete brasileiro na escala de disputa internacional, Oscar falou nada menos que uma calúnia. A honra do porta-bandeira é inquestionável, mas a conquista do ouro olímpico é um feito milenar. Não há ápice esportivo além da vitória numa final olímpica, e nada explica o que fundamentou o raciocínio deste ex-jogador; foi uma de suas piores verborragias.
Como comentarista fixo da Rede Globo, ainda encaixou outras besteiras que, como sempre, têm uma clara frustração subjetiva como razão. Na entrada da delegação Alemã ao estádio, Oscar afirmou que Dirk Nowitzki é o atual melhor jogador de basquete do mundo. O alemão é estrela da liga de basquete americana (National Basketball Association ou NBA), e é um dos maiores talentos mundiais no esporte, mas não há como defender que craques como Kobe Bryant e Lebron James, da seleção dos Estados Unidos, estão abaixo do nível técnico de Nowitzki. A maioria esmagadora de comentaristas e ex-atletas do basquete irá garantir que Nowitzki não chega aos pés destes dois jogadores americanos.
Obrigado Oscar!! Com Galvão Bueno, você forma uma dupla que garante entretenimento maior que qualquer evento de picadeiro circense!
sábado, 9 de agosto de 2008
História da vida de um Real.
Foram alguns quarteirões e algumas ruas com nomes semelhantes, e Jorge sugeriu que parassem para perguntar ao guarda de rua quanto à localidade destinada. Concordaram e encostaram em frente à guarita. De lá, na penumbra da viela, saiu um vigilante de uns sessenta anos. João friamente perguntou onde ficava a tal rua e ao ouvir a resposta, imediatamente arrancou adiante seu automóvel. Jorge então reclamou que faltou educação na abordagem de João, que reagiu à bronca e reconheceu que havia agido de maneira grosseira perante um senhor prestativo, trabalhador e merecedor de toda gentileza, etiqueta e respeito. Paulo pensou três segundos, e discordou com veemência, pois apontou aos dois amigões que o passeio era em São Paulo/SP. Paulo já havia sido abordado por uma espécie diferente de delinqüente.
Modernas guerras urbanas são palcos do inusitado, a ponto de inverterem o protocolo da boa educação e etiqueta tradicional européia. O 'por favor' e 'obrigado' se firmou desde antigamente como regra de conduta social e profissional, e faz parte da cultura e aprendizado lingüístico do brasileiro. Já na comédia da rotina metropolitana, a ironia prolifera um término a estes costumes, que tornam-se instintos de prudência e bom senso, ou até o que pode ser chamado de "etiqueta de guerrilha".
Está aí a maneira correta de se comportar em tais situações. A personagem responsável por tais novas posturas é o criminoso da 'lábia'. Esta categoria de bandido é antiga, mas hoje parece crescer, pois a prática padrão do ladrão está bem 'manjada' e oprimida. O atual alerta geral impede que estes crimes fluam com o teor explícito de uma ou duas décadas atrás. Mais do que nunca, cultivaram-se estratégias de ludibrio e manipulação das vítimas, e abordagens tomam forma de interação que aproveita uma sociabilidade e bondade do brasileiro, que sem perceber, permite o domínio situacional que abre caminho à infração criminal. Vide a moda de seqüestros fictícios pelo telefone. O perigo está na suscetibilidade do abordado.
Não há muita variação na aproximação destes delinqüentes, que normalmente se resume ao pedido de informação ou ajuda. Alguns bandidos se fingem de estrangeiros perdidos que pedem assistência. Outros experimentam um enredo ainda mais teatral, mas todos dependem de uma certa postura formal ou boa etiqueta, que convence o alvo quanto à identidade oposta ao estereótipo criminal.
"O bandido normal seria incapaz de apresentar boas maneiras e linguajar articulado."
Quando estabelece uma confiabilidade, o criminoso pesca fraquezas na vítima até encontrar o momento ideal para revelar e praticar seu real intuito.
Graças a esta nova espécie de crime, o simples ato de pedir informações em vias públicas virou razão para desconfiança. Ninguém faz questão de estabelecer amizades aleatórias por nossas metrópoles, mas é uma lástima que sejamos obrigados a adotar comportamento grosseiro como garantia de sinceridade, e por incrível que pareça, ajudar a manter paz individual e coletiva. Esta nova mentalidade é uma via de mão dupla. A ausência de formalidades educadas assegura o abordado, e também avisa o 'malandro' que as pessoas em questão conduzem-se atentas e irredutíveis. É a ironia que repete uma máxima: a vida real é mais complicada que a ficção.
Não acho necessário sacar a arma nesta situação, a não ser em último caso. Situações como essa representam momentos sérios, como a sensação do 'revistado' em sua posição de "mãos atrás da cabeça" que representam cumprimento de uma ameaça de morte, mesmo que condizente com a prática da autoridade jurídica. De qualquer forma, o PM que critico hoje poderá me salvar amanhã, então é isso.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Tradições trapaceiras e trapaças tradicionais.
Perigo Otimista e Otimismo Perigoso
Apesar de semanas melancólicas no mercado financeiro, este ano presencia euforia e otimismo quanto à economia brasileira, que ao lado da incrível explosão tecnológica do século XXI, soma a um período positivamente inédito nesta que sempre foi uma nação de péssimos exemplos. De fato é agradável vivenciar a esperança, mesmo que não se materializem os objetivos básicos do progresso.
Populações brasileiras são escoladas em desapontamento, e seria surpreendente se as massas fossem pegas desprevenidas em novas crises. Deve-se menosprezar o pessimismo e enfatizar um realismo, que nada mais é do que responsabilidade. Especialistas afirmam que não há qualquer chance da situação desandar. Isso é sugerido mundialmente, pois, nos próprios Estados Unidos, os principais articuladores da economia garantem que toda retaguarda necessária está poupada e não haverá um público tratado como roedores do conto "O flautista de Hamelin", documentado pelos irmãos Grimm. Home brokers, investidores domésticos que operam nas bolsas das próprias residências via internet, formam legiões de amadores entusiasmados e apostam no sucesso dessa nova era econômica. É vital que estejam alertas e não sigam as melodias das promessas financeiras, até pousarem na sarjeta.
É uma retratação cruel aos prognósticos, que acenam o bem-estar tardio e almejado por todos no Brasil. Otimismo realista consiste em apenas não ser surpreendido por fracassos de nossos governantes. Afinal, uma análise geral da situação revela que são necessárias sérias mudanças para que faça sentido prever estabilidade plena. Mazelas já tradicionais parecem declarar-se intocáveis, como se dissessem: "se o Brasil vai dar certo ou não, nós não mudaremos. Terá de funcionar assim como está." Claro que o tempo é exíguo e a própria imaginação tem dificuldade em registrar viabilidade operacional em reformas das quais todos aparentam ter desistido. Alguns obstáculos não dão a menor trégua e heroísmo será pouco no êxito eventual dessa nação corroída por filosofias de "cultivo de dificuldades para venda de facilidades."
Estratégia Criminosa e Crimes Estratégicos
Uma reforma sindical concederia a mínima saúde política ao pequeno e médio empresário. Um dos maiores obstáculos refere-se à proporcionalidade eleitoral, problema recorrente em quase toda organização pública brasileira. Nas trincheiras empreendedoras, contradições absurdas ditam o funcionamento político das relações entre empresas e sindicatos, num sistema inutilmente complexo, conveniente à sua própria manutenção.
Existem duas categorias de sindicato: a econômica (sindicatos patronais) e a profissional (sindicatos dos trabalhadores). Como isto não será uma lista de bagunças burocráticas, uma ilustração é melhor capacitada a atingir os propósitos, pois detalhar o funcionamento do sistema assegura a destruição de qualquer texto.
Cada empresa paga taxas ao sindicato, e as quantias são proporcionais ao número de empregados. Nas eleições sindicais, a quantidade de empregados torna-se irrelevante, uma vez que cada empresa tem direito a um único voto. Assim, o voto do camarada que possui três empregados vale tanto quanto o voto de quem emprega trezentos, propiciando e – por que não? - incentivando a compra de votos, o que garante mandatos vitalícios ao quadro de diretores sindicais. Não há raciocínio que sustente a cobrança proporcional à quantidade de empregados, sem significado recíproco no direito de decidir os caminhos do desenvolvimento do campo profissional.
O paradoxo gritante está no resultado desses fatos, pois, ao sofrer com imposições das máfias sindicais, só resta ao empregador uma série de medidas remediais, como, por exemplo, a dispensa de muitos dos trabalhadores pelos quais o sindicato jura zelar. Eis a história de um dos maiores problemas nacionais, presente em todo âmbito da estrutura política.
São Paulo derrama seus ganhos suados na praça dos três poderes, proporcionais a seus ganhos astronômicos, quando comparados aos demais estados brasileiros. Infelizmente, não é honrada a verba que nutre as entranhas de nossa nação continental. Estados como o Acre, de renda insignificante à máquina federal, elegem o mesmo número de três senadores para sua representação, que anula a trinca de palhaços paulistas que desfilam em Brasília. Este orgulhoso Estado de São Paulo entra na trapaça viciada, ausente da ponta da língua deste povo, tolo por não reclamar de sua escravidão regulamentada.
Assim, torna-se complicado prever êxito na atual ascensão de nosso país e, ainda mais complicado, aturar uma desnorteante questão: "o que seria de nós se todas estas regras criminosas não estivessem estabelecidas, ou até jamais existido?"
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Chute no escuro.
Há um estudo na técnica de visão remota, que descreve a vida eterna do ateu convicto. É assustador, mas acho que é importante que seja comunicado. Segundo tais estudos, ateus em geral passam a um estado de 'coma espiritual', ou seja, eles realmente não têm a sobrevivência da conciência após o falecimento, que é justamente onde estão suas crenças. Minha inquietação está na idéia que, "se isso for verdade, esses caras precisam ser avisados!"
Conversei com uma pessoa espírita, e indaguei quanto ao mal da ciência descobrir que existe vida após esta. Se acontecer, imagino que todos se acomodarão, pois sabem que há muito mais que a vida nesta baderna mundial. A resposta foi esclarecedora, pois fui alertado quanto aos feitos presentes, que se espelham no futuro. Por isso é bom se orgulhar, pois se você pratica bondade, não só carrega qualidades altruístas, como também terá um futuro proveitoso.
Já quanto à comprovação de tudo isso, nada tenho de palpável. Mesmo assim, alguém paga pra ver?
Primeiro blog:
À teimosia acadêmica
Nelson Rodrigues dizia que "o brasileiro tem complexo de vira-lata". É uma das muitas frases antigas que perduram em fieis descrições de situações atuais; uma triste realidade. Paralelamente, o país atual é vangloriado por cultivar "craques" em campos além dos esportivos e artísticos.
Algumas das salas de aula das principais universidades brasileiras são regidas sob forte inclinação à jurássica ideologia socialista, uma lista de teorias reverenciadas por um dos mais importantes círculos acadêmicos nacionais. É irônico que seja justamente esta, umas das poucas entre incontáveis âncoras no avanço intelectual, que podem ser prontamente anuladas do país. O erro está em desconsiderar a impraticabilidade, que resulta em tirania esdrúxula e enfraquecimento generalizado das populações, eventualmente representantes de uma subespécie eternamente explorada. Os caminhos marxistas são atalhos preguiçosos e imediatistas, que renegam muitas pré-disposições naturais do ser humano, que podem ser sádicas ou egoístas, mas potencializam os feitos científicos, estruturais e tecnológicos, garantidos por meio da competição como motivação evidentemente imbatível.
O humanismo que fundamenta a esquerda é o início de um montante enganoso da luta socialista, mas não pode ser ignorado. Filosofia moralmente correta é a do desvencilho total de valores financeiros privados, enquanto não estiver garantida uma rotina alimentar digna a cada indivíduo vivo na terra. Explicações profundas do ambiente comercial revelam os ridículos no consumismo, que indiscutivelmente aprisiona cidadãos em paredes cafonas. Aqueles que não enxergam tais fatos relativamente óbvios, são a razão pela qual a humanidade permanece em grau selvagem. No entanto, o problema real está nos praticantes de corrupção de bens estatais, que ao garantirem suas piscinas de caviar, cometem o que devia ser crime hediondo perverso, equiparado aos assassinatos em série. Aí é também um problema que se fez visível no socialismo, diminuindo ou aumentando-se apenas algumas proporções. É uma tragédia definitivamente incontrolável, e transforma o drama mercantil em brincadeira infantil. Teorias conspiratórias não são nada comparadas às comprovadas atividades corruptas que estendem séculos em todo e qualquer sistema governamental.
Ao dizer que, "a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras", Winston Churchill não estava simplesmente fazendo humor a favor de uma ideologia, e sim exercitando uma consideração responsável sobre organização civil. O neoliberalismo, termo cunhado por Fernando Henrique Cardoso, tem a capacidade de alcançar a obrigação do governo em proporcionar opções de meios de vida digna à população.
A teimosa tentativa de convencer estudantes a apoiarem idéias largamente superadas do 'socialismo puro', que acusa o capitalismo praticado e suas pretensões diabólicas, forma um composto de falácias que incluem o fato da irreal possibilidade de qualquer frente existir em dita pureza. O neoliberalismo se constrói na a união prática dos pilares políticos, adaptados à irreversível máquina democrática que está fadada ao fracasso, enquanto não houver uma renovação dedicada da grade intelectual, planejada à visão objetiva.
É vital educar a respeito da abrangente gama de correntes ideológicas, mas que seja apresentada ao lado de considerações práticas, diretas, e principalmente imparciais no que se refere ao mundo real, e não um aglomerado de meias-verdades que além de enganar, estancam muito do que pode ser oferecido pela nova geração. A atual abordagem de tais questões chega a ser extremamente cômica, principalmente pela irrelevância subentendida, que retrata uma timidez medrosa na propagação do derrotado comunismo.
Aos que endossam e aderem aos remanescentes desta nostalgia imaginária, resta a esperança de se tornarem uma referência útil à construção de um novo ideal. Serão nada além de uma equipe de 'segunda divisão' que, como embasamento, oferece também um alerta que remete à falida legião de ditadores, em palácios cercados por populações inteiramente desarmadas de livre-arbítrio, enfraquecidas física e psicologicamente, como um gado desnutrido conduzido por um peão obeso e sem rumo, em meio à escassez de bens e motivação geral.
Os indicadores dão claros sinais de possibilidades de sucesso, e nada como uma postura acadêmica renovada, que dê continuidade ao esforço coletivo que acredita que o Brasil deixe de ser o país do futuro, e se torne o país do presente. É importante lembrar que fazer limonada dos limões oferecidos pela vida não devia ser tarefa tão complicada.
Música erudita?
Quando analisa-se um solo de John Coltrane ou Charlie Parker, é exigido um nível de descontrução técnica máximo, e suas nuâncias são quase impossíveis de alinhar por completo. Muitos fragmentos destas obras do Bebop são discutíveis e relativos, e o indivíduo capaz de registrar toda informação contida nestes exemplos, a partir de uma única audição, pertence ao savantismo inexplicável.
A realidade é que música adota títulos estilísticos como referências úteis a questões sociais e culturais, mas não é possível que se estabeleça uma organização fiel às intricâncias de cada obra. O melhor que pode ser feito é manter como principal, os autores e itérpretes que participam da peça, afinal em muitos repertórios, o compositor reúne diversos temperos que remetem a variados estilos e contextos. Há sempre um esforço natural da crença coletiva, de se firmar generalizações que facilitem a comunicação, mas não há dúvida que a produção musical do album Thriller é absolutamente erudita.
Nesta nova era do entretenimento, é benéfico que se esclareçam hábitos e generalizações, que possam reunir novas formas de inovação capazes de furar e desmontar estes muros que dividem cada estilo. Tais manias estão presentes no ouvinte mais desinteressado, e também no instrumentista mais virtuoso. É uma graça com a qual a humanidade faz questão de teimar, e por ser divertida sem-querer, pelo menos abre espaço à contemplação. Se pode-se reclamar quanto à perda de tempo nas generalizações, deve-se reforçar que pior ainda é elaborar o assunto.
O certo após o errado.
Pelo calor do momento me perco em um amontoado de pensamentos conflitantes, mas o fato é que meu ato imoral revela minhas neuroses. Talvez meu desejo seria de curar uma falta de suficiência varonil. Tento me voltar a uma possível culpa sua por não ter satisfeito minhas carências mas não enxergo ser possível sequer considerar esta razão. Meu ponto de vista não entende que haja qualquer comportamento seu envolvido em minha traição, e mesmo que você saiba que seja também sua culpa, eu me julgava superior e capaz de contornar tamanha fraqueza humana.
Outro conflito me vem à cabeça; pois considero você acima da possibilidade de permanecer ao meu lado e não julgo correto que você aceite e mantenha nosso matrimônio. Sou convicto que você se ama o suficiente e jamais permita uma continuidade nossa como casal. Sei que sempre será minha amiga, mas mesmo que sua enorme sensibilidade te estremeça, a operação é binária; cometi o erro dos erros, e você se desligou de nosso laço imediatamente. Com constrangimento me recordo das jóias que lhe trouxe da Cidade do Cabo, e só o fato de mencioná-las já é uma baixaria, mas não ouso entregá-las a você para que não surja qualquer idéia de tentativas de compensação; irão para instituições de caridade.
O que fiz é repugnante e me atola numa areia de vergonha que implora salvação a uma força maior. A já corrompida máscara que visto não mais disfarça uma personalidade imoral. Terei agora de me sucumbir a tratamentos psiquiátricos para poder encarar um novo relacionamento com uma mínima honra e dignidade. Engraçado é que eu admirava você a ponto de achar que você jamais seria capaz de se casar com um calhorda que te trairia. Pelo menos esse erro você cometeu, e até me alivia por perceber que errar numa situação destas nunca será individual. Abra o olho linda, eu achava que era um dos poucos homens decentes que existem, hoje considero possível que não há um homem que te mereça neste mundo.
Sugiro até que você considere agora uma união amorosa com outra mulher, pois dos homens que conheci até hoje, nenhum merece uma benção como você."
Música, modismo e pressão social.
Zé noise,
Aurelio